quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

ESPELHO

                                    

                                 Mary Trarbach
Como gazela assustada, vou a procura de mim.
E meio que desesperada paro diante de ti.
Onde me perdi?
Mergulho em ti e não me encontro.
Volto desiludida...
Onde estão meus longos cabelos negros?
Meu sorriso brilhante?
Onde está meu corpo esbelto de seios fartos?
Espelho amigo ou algoz do tempo?
Mostras a insignificância de meu ser.
Ah vaidade! Cruel amiga da juventude...
Ilude e serpenteia por caminhos lúdicos.
Gargalhas de mim!
O beijo ardente do tempo
Marca meu rosto suavemente...
Quero mergulhar em ti
À procura por mim.
Devias mentir.
Mostrar a beleza de outrora
E assim dar razão
Aos elogios falsos de fora.
Sinto saudade de mim
Que como gazela assustada
Admirava-se diante de ti,
Mas agradeço por mostrares
O que realmente sou
Uma navegante do tempo
Que agora se acabou.
Falas sem mesmo nada dizer.
Que a luz de meu olhar
Ainda guardo em meu ser.
Agora sei sobre que vim buscar...
Tu mostras o que não me agrada,
Mas a busca terminou.
Descobri! Espelho amigo.
Que não podes revelar o que realmente sou.
A pessoa secreta de um coração que ama.
Uma poetisa delirante no tic-tac no tempo.
Que feliz como borboleta voa,
Em sua vida breve.
                                       ©MaryTrarbach, 

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