sábado, 12 de dezembro de 2015

LOUCURA

                            MaryTrarbach, 



O que é isso que me rasga o peito?
Que desnuda a minha alma e revela a decomposição diária dessa carcaça metamorfa?
O que é isso que me extasia e me faz flutuar?
Viajo entre as estrelas, aqueço-me no sol e refresco-me no sereno da madrugada fria sob a luz do luar.
O que será que me trava os dentes e que se rompe em estridentes gargalhadas insanas?
Será loucura?
Será desejo?
Será razão?
Ou simplesmente ilusão?
Ou quem sabe a busca incessante de meu eu. Será?
De manhã aconteço, a tarde desperto e a noite entrego-me e me perco nos braços de Morfeu.
Será sempre assim?
Será mesmo a busca por mim?
Ou será a procura de você?
Será sempre assim?
Tendo a companhia das lembranças vãs e o tempo me beija!
A solidão, minha fiel companheira!
Sou triste e sou feliz.
Choro quando rio e rio quando choro.
Tento disfarçar minha dor e tento me enganar...
Amo a vida, mas às vezes não a quero.
Por que ruborizo ao sabor do sol?
É porque Ele atrevido e indecente como Ele só, chega quente sem pedir licença e me beija o rosto.
Envelheço, apaixono e me desespero.
O tempo purpurina de prata minhas cãs.
Eu corro no compasso do tempo
E chorando seu desfecho fúnebre, meu corpo morre todos os dias um pouquinho.
Será que com todo mundo é assim?
Será loucura?
Ou simplesmente a insensatez de uma pessoa “normal”?
Seria insanidade entregar-me? Oh! Morte, amante fria e de olhar lúgubre...
 Neste momento derradeiro vem requerer meu amor e fazer-me dormir em seus braços longos?...
Saiba cruel verdugo, terá meu corpo que foi vaidade,
 Mas minha alma habitará entre os poetas e loucos do mundo.

©MaryTrarbach, 

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